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O que é gastroenterite ?

Atualizado: 27 de jan.

A gastroenterite aguda é uma queixa comum, principalmente no verão.

mulher com dor abdominal por gastroenterite e diarreia

SINTOMAS

Diarreia (três ou mais vezes por dia) com início rápido que dura menos de duas semanas e pode ser acompanhada de náuseas, vômitos, febre ou dor abdominal. Classicamente, vômito e diarreia ocorrem juntos; no entanto, qualquer um deles pode ocorrer sozinho. Sintomas respiratórios são relatados em aproximadamente 10% dos indivíduos e incluíem dor de garganta, tosse e rinorreia. Outros sintomas como perda de peso e fadiga também foram relatados. As características da história que sugerem uma etiologia viral da gastroenterite aguda incluem: um período de incubação intermediário (24 a 60 horas), uma curta duração da infecção (12 a 60 horas) e uma alta frequência de vômitos. DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de gastroenterite viral aguda é feito por uma história característica de doença diarreica (três ou mais vezes por dia de início rápido que dura menos de uma semana e pode ser acompanhada de náusea , vômitos, febre e exame físico característico de dor abdominal leve e difusa.

Estudos laboratoriais e de fezes de rotina não são necessários para o diagnóstico de gastroenterite viral aguda. Não é necessário determinar um diagnóstico viral específico. Estudos de fezes geralmente são negativos para leucócitos fecais e sangue oculto. A cultura de fezes também é negativa para patógenos bacterianos.

A presença de leucócitos fecais, sangue oculto ou coprocultura positiva indicam uma gastroenterite inflamatória não viral.


Exames de fezes devem ser coletados nas seguintes situações:

- adultos apresentando febre persistente

- desidratação

- sangue ou pus nas fezes

- estado mental alterado (confusão, letargia)

- tonturas, vertigens

- taquicardia, palpitações

- hipotensão (pressão baixa)

- diminuição da produção de urina ou urina concentrada (amarelo escuro)

- dor abdominal intensa

- sintomas prolongados (mais de uma semana)

- hospitalização recente ou uso de antibióticos

- Idade ≥65 anos

-Comorbidades como HIV, diabete e usuários de imunossupressores (transplantados, doenças autoiumes)


ETIOLOGIA


bacteria na gastroenterite

A maioria dos casos de gastroenterite infecciosa aguda é viral:

Norovírus Rotavírus Adenovírus entérico Astrovírus

Outras causas não virais: bactérias e parasitoses

Staphylococcus aureus Campylobacter jejuni Shigella spp, Salmonella spp, Yersinia

Escherichia coli Giardia Cryptosporidium O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

A diarreia que dura mais de uma semana em um indivíduo com histórico de viagens, pode ser causada por protozoários como a Giardia e cryptosporidium .

O uso recente de antibióticos ou hospitalização pode provocar infecção por Clostridium

difficile.

Intoxicação alimentar pode ser por S. aureus.

Pode haver intolerância alimentar, por exemplo ao leite ou glúten.

TRATAMENTO

A gastroenterite viral aguda geralmente é autolimitada e é tratada com medidas de suporte (hidratação). Não há agentes antivirais específicos disponíveis.

Para desidratação leve a moderada recomenda-se reidratação oral.

Aumentar a ingestão de água, incluindo chás sem cafeína e água de coco.

Pacientes com desidratação grave necessitam de hidratação intravenosa. Dieta


comida na deita com diarreiacomida na deita com diarreia e gastroenterite e gastroenterite

Refeições em pequena quantidade evitam os vômitos.

Alimentos leves e com baixo teor de resíduos também podem ser melhor tolerados.

Embora a dieta BRAT (bananas, arroz, purê de maçã e torradas) seja frequentemente recomendada, as evidências para apoiá-la são fracas.


Alimentos que podem ser consumidos sem restrição durante episódio de gastroenterite:


• Frutas sem casca, como maçã, pera, banana prata, pêssego, abacaxi, caju, goiaba,

maracujá, melão ou limão;

• Vegetais, cozidos e sem casca, como cenoura, beterraba, chuchu, abobrinha,

berinjela, tomate ou vagem;

• Cereais com fibras de fácil digestão, como arroz branco, macarrão branco, pão

branco ou tapioca;

• Tubérculos, como batata, batata doce, batata baroa, aipim;

• Proteínas magras, como frango sem pele, peixes brancos sem pele, ovos, tofu ou peru

sem pele;

• Chás sem cafeína, como camomila, alfazema, cidreira ou alecrim.


Alimentos que devem ser evitados:


• Temperos picantes, como pimenta, curry e páprica

• Alimentos com cafeína, como café, refrigerantes de cola, chocolate e chás verde,

preto e mate;

• Alimentos com alto teor de gordura, como frituras, sorvetes, pizza e salgadinhos de

pacote e refeições do tipo fast food;

• Alimentos que aumentam a produção de gases, como feijão, lentilha, brócolis e

repolho;

• Vegetais crus e folhosos, como alface, rúcula e espinafre.

• Cereais ricos em fibras de difícil digestão, como pão integral, macarrão integral

ou biscoito integral;

• Frutas laxantes, como mamão, ameixa, abacate e figo;

• Sementes e oleaginosas, como chia e linhaça, castanha, amendoim e nozes;

• Embutidos, como salsicha, linguiça, presunto, mortadela, salame e bacon.

• Proteínas com alto teor de gordura, como salmão, sardinha, carne vermelha e carne

de porco;

• Produtos lácteos, como queijos, leite, manteiga, leite condensado, creme de leite e

margarina.


Probióticos

Os probióticos podem modular a resposta imune através da interação com o sistema imunológico associado ao intestino ou através do efeito direto em outros microorganismos.

Probióticos composto por bactérias benéficas que ajudam a manter ou recolonizar o intestino com flora não patogênica.

Há muitos probióticos disponíveis.

O Lactobacillus GG pode diminuir a duração da diarreia infecciosa infantil e em adultos.

O Saccharomyces boulardii pode ser eficaz na diminuição da duração da infecção por C. difficile.

Zinco

A suplementação de zinco na duração de doenças diarreicas em adultos não é o padrão de tratamento.

A OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) recomendam zinco para crianças com diarreia aguda, uma vez que a diarreia pode causar deficiência de zinco, resultando em maior duração e gravidade dos sintomas.

Agentes antimotilidade


O agente antimotilidade loperamida pode ser usado com cautela em pacientes sem febre e diarréia sem sangue. A dose de loperamida é de dois comprimidos (4 mg) inicialmente, depois de 2 mg após cada fezes não formadas por ≤2 dias, com um máximo de 16 mg/dia.

Há a preocupação de que os agentes antimotilidade possam prolongar a duração da febre, diarreia e elimação do organismo em alguns tipos de doenças disentéricas (por exemplo, Shigella), assim são evitados em tais casos.

O Racecadotrila, inibidor da enzima encefalinase, demonstrou em vários estudos reduzir a produção e a duração da diarreia e, em alguns estudos, leva a uma melhora mais rápida com menos efeitos adversos em comparação com loperamida.

Antieméticos

Recomenda-se o tratamento com um antiemético (por exemplo ondansetrona) para facilitar a reposição de líquidos orais. O Ondansetrona também tem um perfil de segurança muito bom e não causa qualquer sedação.


Antibióticos

Em adultos que claramente apresentam gastroenterite viral aguda (por exemplo, surto com etiologia conhecida), não se recomenda o uso empírico de antibióticos.

Se os pacientes inicialmente tratados com medidas de suporte não melhorarem após sete dias ou os sintomas piorarem, eles devem ser reavaliados e possivelmente tratados para outras causas de gastroenterite.

PROGNÓSTICO

A gastroenterite viral aguda geralmente é transitória e autolimitada com excelente prognóstico.

Idosos frágeis também são mais suscetíveis à desidratação e complicações subsequentes (por exemplo, síncope, hipotensão)

Pessoas com comorbidades médicas, como imunodeficiência, doença inflamatória intestinal, doença cardíaca valvular, diabetes mellitus, insuficiência renal, pacientes que usam imunossupressores, corticosteroides sistêmicos são mais vulneráveis ​​e correm risco para complicações. Esses pacientes requerem um acompanhamento mais próximo e um limiar mais baixo para hospitalização ou avaliação adicional se a gastroenterite não estiver se resolvendo. PREVENÇÃO

A melhor medida preventiva é a higiene adequada das mãos e evitar o contato próximo, se possível, com pessoas com sintomas de gastroenterite.

Indivíduos com gastroenterite aguda devem ser aconselhados sobre a higiene cuidadosa das mãos para ajudar a prevenir a disseminação da infecção para seus familiares e colegas.



Fonte

Irene Alexandraki, MD, MPH Gerald W Smetana, MD . Acute Viral gastroenteritis in adults Uptodate 2022


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Dra. Giovana Rossato

Gastroenterologista

CRM 34315 | RQE 30354


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